Cinesioterapia: Metas para tratamento.
A meta ou finalidade de qualquer programa de
exercícios terapêuticos (cinesioterapia) é a aquisição do movimento e função
livre de sintomas.
Desenvolvimento
do programa:
Para administrar efetivamente exercício terapêutico ao
paciente, o fisioterapeuta precisa estar apto para fazer uma avaliação da
função e conhecer a relação íntima entre a anatomia e a cinesiologia de cada
parte corporal.
É necessário quantificar o grau de debilidade e
saber o potencial de recuperação. Atentar ainda para possíveis complicações e
ter noção das precauções e contraindicações.
A avaliação da postura, goniometria, testes de
força manual e procedimentos de avaliação ortopédica ajudaram muito no processo
para criar o melhor programa de exercícios terapêuticos para o seu paciente.
Para Karolina Kisner você deve ser capaz de
analisar as necessidades do seu paciente, e então desenvolver, programar e
avaliar o plano.
Meta da
Cinesioterapia:
- Força
- Resistência à fadiga e preparo cardiovascular
- Mobilidade e flexibilidade
- Estabilidade
- Relaxamento
- Coordenação, equilíbrio e habilidades
funcionais
1. FORÇA:
É a habilidade que o músculo tem de desenvolver tensão,
tanto dinâmica como estaticamente.
Fatores
que influenciam a força do músculo normal:
- Área de secção transversa do músculo, quanto
mais largo o diâmetro, maior a força.
- Um músculo produz maior tensão quando está
levemente alongado no momento da contração
- Quanto maior o número de unidades motoras,
maior a força produzida.
- Maior rendimento de força quando se contrai
excentricamente (alongando-se contra resistência). Um pouco menos de força
quando se contrai isometricamente (sustentando) e menor força quando se contrai
concentricamente (encurtando-se contra a carga).
Mudanças no sistema neuromuscular que levam a
aumento de força.
Hipertrofia: aumento da quantidade de proteína
na fibra, aumento da capilaridade.
Recrutamento: Quanto maior o número de unidades
motoras ativadas, maior a produção de força.
A força muscular pode aumentar sem a hipertrofia
do músculo provavelmente pelo recrutamento.
Força do
tecido não contrátil
Na medida em que o músculo fica mais forte os
demais componentes do sistema musculoesquelético também ficam mais fortes.
2. RESISTÊNCIA
À FADIGA
A resistência à fadiga é necessária para o
desempenho de tarefas motoras repetitivas na vida diária e manutenção de um
nível estável de atividade funcional, como andar e subir escadas.
Tipo de resistência à fadiga:
- Resistência muscular à fadiga: habilidade de
um músculo contrair-se repetidamente ou gerar tensão e sustentar a tensão em um
período prolongado de tempo.
- Resistência geral (total) É a habilidade de um
sujeito para atividades prolongadas. São os exercícios aeróbicos que permitem
um sujeito possa andar e correr por um tempo prolongado.
ALTERAÇÕES NO SISTEMA MUSCULAR, CARDÍACO E
RESPIRATÓRIO DEVIDO A RESISTÊNCIA À FADIGA
Algumas alterações imediatas:
* Aumento do fluxo sanguíneo no músculo devido à
necessidade de oxigênio
* Aumento da frequência cardíaca
*Aumento da frequência respiratória
*Alterações adaptativas (longo prazo)
* Mudança muscular
* Mudança cardíaca e vascular
Princípios para exercícios de resistência a
fadiga:
* O exercício é geralmente direcionado para
grandes músculos, como na marcha, corrida, natação e ciclismo.
* O exercício é prolongado e desempenhado por 15
a 45 minutos ou mais.
* A frequência do exercício varia (dias
alternados, cinco vezes por semanas etc.) mas respeitando o tempo adequando
para descanso.
3. MOBILIDADE
E FLEXIBILIDADE
Quando um indivíduo com o controle neuromuscular
normal executa as atividades da vida diária, os tecidos moles e articulações
alongam-se e/ou encurtam-se continuamente, e a mobilidade e flexibilidade são
mantidas. Doenças podem acomenter essas estruturas e gerar retrações,
inflamações que comprometem a mobilidade. Os exercícios de mobilização podem
ser usados para restaurar o movimento.
* Mobilidade e flexibilidade dos tecidos moles
(músculos/ tecido conectivo/ pele)
* Mobilidade articular
Tipos de exercícios de mobilização:
- alongamento passivo
- inibição ativa
- exercícios de flexibilidade
- mobilização articular
Estudos sobre funcionamento intra-articular e
alongamento ajudam na meta mobilidade e flexibilidade
4. ESTABILIDADE:
Estabilidade é a coordenação do sistema
neuromuscular fornecendo base para movimentos e atividades funcionais.
A estabilidade é geralmente necessária nas
estruturas mais proximais, tronco, quadril e cintura escapular.
Uma boa estabilidade permite posicionar o corpo
além de fazer força adequada, apresentando resistência à fadiga adequada a
atividade e coordenação
Diretrizes para desenvolver estabilidade:
* Estabilização
* Treinamento das áreas proximais do corpo
(tronco e cinturas)
* Exercício favorecendo a cadeia fechada
* Progredir com o controle de movimento em um
único plano para depois avançar em movimentos diagonais
* Desenvolver resistência à fadiga nos músculos
estabilizadores
5. RELAXAMENTO:
Esforço consciente para aliviar a tensão nos
músculos. Por meio do exercício terapêutico o paciente pode aprender a
controlar ou inibir tensões.
Bases terapêuticas para exercícios de
relaxamento:
* Após contração ativa do músculo, ocorre
relaxamento reflexo. Quanto mais forte a contração maior o relaxamento
subsequente. Além disso, enquanto o músculo agonista está contraindo o
antagonista está relaxado.
* Pensamento consciente tem sido objeto de
estudo e indica melhora no relaxamento.
Orientações para promover relaxamento:
- Deitado em posição confortável
- Todas as partes do corpo apoiadas
- Exercício de respiração profunda
6.
COORDENAÇÃO, EQUILÍBRIO E HABILIDADE FUNCIONAL
Coordenação, equilíbrio e habilidades funcionais
são aspectos do controle motor inter-relacionados e complexos.
A coordenação é a habilidade para usar os
músculos certos na hora certa e com sequenciamento e intensidade apropriados
O equilíbrio refere-se à habilidade para manter
o centro de gravidade sobre a base de suporte, geralmente quando se está em pé.
É um fenômeno dinâmico que envolve estabilidade e mobilidade
Exemplo: A marcha, pode-se dizer que "a
marcha é uma sucessão de desequilíbrios"
Habilidades funcionais: refere-se a variedade de
habilidades motoras para funcionar independente em todos os aspectos da vida.
Princípios gerais dos exercícios para
coordenação, equilíbrio e habilidade
- repetição
- dos planos mais simples, passando por planos
combinados até as diagonais
- enfatizar a estabilidade proximal
- atividades simuladas e ênfase em velocidade e
cadência.
Fonte: Kisner, C.; Colby, L.A.; Exercícios Terapêuticos: Fundamentos e técnicas 3a. ed,, 1998.